Um hábito firme e perpétuo de dar a cada um aquilo que é seu, isso é justiça.

Sociedade da mentira: aprenda três técnicas para não cair nos engodos de sempre

Desde o Jardim do Éden, a serpente dá o bote. Fez escola, aperfeiçoada pela Rússia Comunista, e seguida por políticos e jornalistas atuais. Aprenda três técnicas para não cair no engodo dessa gente

OPINIÃO

Luiz Carlos Cezar

12/28/202515 min ler

Sociedade da mentira: aprenda três técnicas para não cair nos engodos de sempre

A arte de mentir (se é que podemos chamá-la de arte) é algo que desde sempre o homem utilizou para obter vantagem contra outro ou para salvar a própria pele. Se é homem, possivelmente já tenha mentido sobre algum assunto, mas, talvez, não faça de mentiras a razão de sua própria existência, diferente de muitas pessoas e organizações, que fazem dessa prática o seu próprio ser existencial.

Claro que há o mitômano, que sofre de transtorno psicológico ou hábito patológico caracterizado pela compulsão de mentir. Mente sobre todo e qualquer assunto e não tem vergonha de, mesmo sabendo que o seu interlocutor sabe não ser verdade, continua a mentir descaradamente, e sobre qualquer assunto que esteja à mesa. Há um certo presidente de República que vive assim, mas não é considerado “doente”, só canalha mesmo.

Não estamos a falar da mitomania enquanto eventual doença psíquica, mas de uma técnica antiquíssima, vista pela primeira vez num jardim, chamado “Éden”. Ali, o mentiroso e pai da mentira expeliu seu veneno, contaminando os que lhe deram ouvidos e, consequentemente, causando estragos até hoje.

O fato é que mentir é próprio do homem. Afinal, cachorros não mentem e jumentos também não. Mentir só é possível ao homem e, a depender do tipo de homem, a sua mentira visa destruir nações, reputações, credibilidades e, claro, aumentar poder e ganhar muito dinheiro.

Na guerra é natural que técnicas para enganar o inimigo sejam utilizadas com a finalidade de vencê-lo, já que ninguém faz expor suas intenções correndo o risco de ser dominado e aniquilado pelo inimigo. Um caso famoso é o cavalo de Tróia, criado para adentrar na fortaleza inimiga e, com isso, vencer a guerra. Observe que neste caso, foi ofertado um presente, o verdadeiro “presente de grego”.

Exceto na guerra, não é aceitável que uma organização, por exemplo, OMS – Organização Mundial da Saúde ou ONU – Organização das Nações Unidas, por seus representantes, mintam para o povo. Ninguém, jamais, esperará que uma Promotora de Justiça venha à TV dar entrevista e mentir sobre seus perseguidos políticos.

E também jamais se imaginaria que um presidente da República, quotidianamente e sistematicamente, mentisse sobre toda a pauta proposta para tratar no dia. Mentir descaradamente a uma nação, em não apenas período eleitoral, é sinal de canalhice extrema e indignidade absoluta pelo cargo que ocupado. Se mentir para ganhar voto já é asqueroso, imagina rotineiramente e descaradamente, mesmo os números provando o contrário de suas mentiras?

Mas o povo é conveniente com isso, pois, mesmo ouvindo as mais absurdas mentiras proferidas pelo Molusco, a inércia em criticá-lo, principalmente por parte do seu eleitor, é a mais absoluta chancela dada por si ao inominável e lastimável governante.

Porém, tudo isso é palha seca diante daquilo que foi ensinado pela Rússia comunista. Aliás, me corrijo, organizações mundiais, políticos corruptos e Promotores Públicos mentirosos são alunos da Rússia comunista, ainda que alguns destes não saibam. Se houvesse a instituição formal de uma escola feita pelo Sete Pele, ela seria chamada “Rússia Comunista”, pois dali saiu as mais absurdas técnicas demoníacas de desinformação jamais vista no planeta e seus adeptos estão espalhados nos mais diversos cantos do mundo, desde presidência de República, passando por magistrados e promotores públicos e culminando em salas de redação de imprensa, sem contar nos órgãos / instituições criadas com uma aparência de função social decente quando, no fundo, era apenas mais um meio de ludibriar os incautos, angariar recursos e confundir o Ocidente.

Saiba: “A Rússia se tornou a primeira grande potência que transformou o engano numa política nacional permanente, que afinal viria a distorcer todas as facetas da sociedade russa tzarista e comunista”.

A frase acima é extraída do livro do ex chefe de espionagem romeno, membro efetivo e expert em desinformação, que favoreceu a União Soviética, o ex general Ion Mihai Pacepa, cujo livro publicado chamado “Desinformation[1] expõe a técnica russa (dos comunistas) de mentir sistematicamente com tal perfeição que, para eles, tal prática é considerada uma ciência. Sim, a “ciência da desinformação”, e eu digo: a arte da mentira.

Diz ele que após a Primeira Guerra Mundial, especificamente na Revolução Bolchevique, tudo foi destruído na Rússia, mas uma “ciência” não foi destruída, e essa “ciência” é da desinformação:

“Os novos governantes comunistas preservaram religiosamente a “ciência da desinformação”, percebendo que essa ferramenta russa histórica caía como uma luva às suas necessidades. O que o comunismo é na realidade é alteração de mentes. Isto também é a quintessência da Rússia...” (p.72).

A técnica de mentir sistematicamente e sobre aquilo que pode favorecer a causa do mentiroso foi elevada à perfeição pela Rússia comunista. Afinal, “tudo na Rússia é engodo e mentira”, como disse o então marquês francês Custine que, ao visitar a Rússia, antes mesmo da Revolução Comunista, concluiu que tudo lá eles têm a “destreza de mentir” e a “naturalidade de dissimular”. O que nossos redatores da grande mídia fazem hoje?

Tal destreza e habilidade foi potencializada, aperfeiçoada e propagada no mundo inteiro, pelos comunistas, que após a Revolução Bolchevique de 1917, cujos tentáculos de sua então gigantesca rede de espionagem e sabotagem interna, começaram a se fazer presente em, praticamente, todas as salas de redação jornalística do planeta e instituições de Estado e, algumas, criadas por eles próprios, tal como o “Conselho Mundial da Paz”. Tal “arte” já dominada em seu território, os russos a expandiram de tal forma que essa “produto”, de mentir e desinformar, faz sucesso até hoje.

Se há dúvidas quanto a este fato, alguns caminhos podem ser seguidos para concluir se minto (igual a comunista/socialista e asseclas) ou se digo a verdade.

A seguir exponho três caminhos seguros para se chegar à verdade, mesmo correndo o risco de, assim como o marquês referido acima, “nunca saber a verdade”. Mas acredito não haver nada sob o sol que um dia não venha a ser exposto. Vivemos na sociedade da mentira. Se olharmos bem ao nosso redor, quase tudo é mentira e aquele que vive da verdade é rotulado de diversos nomes associados a abominações: o termo extremista é o mais simples e corriqueiro deles.

Praticamente tudo o que consumimos, apesar de ser vendido como algo saudável, é, no fundo, maléfico à saúde. Olhe para os alimentos: a marca diz que a margarina faz bem ao coração, quando se sabe que nenhuma margarina fará bem ao seu coração. Até na carne já se coloca “ar” para inflá-la e, com isso, parecer mais saudável ou de maior tamanho, para tomar-lhe o dinheiro. Os demais alimentos são inseridos diversos produtos químicos, apesar de no rótulo dizerem: “sua saúde merece o melhor”. Puro engodo.

Eu nem me refiro aos políticos, pois, no Brasil, naturalmente são mentirosos, desonestos e de cara-de-pau encerada, com exceção de poucos honrados. Na internet, nesse mar de mentirosos, encontramos todo tipo de asqueroso vendendo produtos/serviços milagrosos e, claro, pelo excelente trabalho de marketing que fazem (só aparência), há sempre algum trouxa a cair no conto do vigário, isto é fato. Vamos às técnicas de anti-mentira.

1. TÉCNICA DO ÔNUS PROBATÓRIO

Na lei natural é exigida que aquele que diz tem o ônus de fundamentar e provar seus argumentos. Isto é o princípio básico desta técnica. Se falou e não provou o que disse, desconfie, pois a chance de ser mentira é altamente certa.

Falar a verdade dá mais trabalho do que mentir. Quem fala a verdade está preocupado não apenas com o enunciado em si, mas com os fundamentos desse enunciado e, claro, com a prova de que seu enunciado é verdadeiro.

Já, por outro lado, quem mente, pouco se importa se o que diz é mentira ou verdade. Ele está preocupado com a forma e com os efeitos de sua mentira, e não se o conteúdo é ou não verdadeiro. Se o senhorzinho foi enganado e lhe deu o dinheiro almejado ou o voto no dia da eleição, está valendo, a finalidade foi atingida.

Dizer que se for eleito, novamente, em 2026, tirará o pobre da miséria, ou que o pobre voltará a comer picanha e tomar cervejinha, mesmo sabendo que isso é mentira descarada, tanto faz, mentirá o quanto for necessário para que obtenha o voto do miserável, afinal, o fim justifica o meio. Dará outros benefícios sociais, às custas dos outros e, com isso, o dependente do benefício ficará mais dependente e nunca sairá da miséria atual. Mentir a qualquer custo, para o político corrupto, é a finalidade última da obtenção da vitória eleitoral e o melhor a se fazer para ele e comparsas de seus crimes.

Logo, se você quer encontrar a verdade, obtenha a fonte primária e exigindo do interlocutor as provas de seus argumentos. Não basta dizer que isso é isso, mas provar que isso demonstrado é verdade. Tanto a fala quanto as “provas” apresentadas devem ser conferidas, revalidadas, para que se encontre a verdade. E digo: parafraseando Padre Antônio Vieira, sobre o Maranhão, “a verdade é que no Brasil não há verdade”.

Mas aí surge um alerta: é comum que as “provas” apresentadas sejam, no fundo, forjadas, falsificadas, adulteradas. Quem mente usa todo um arsenal de técnicas e meios para sustentar sua mentira. Então, para ser completa a aplicação desta técnica, além de obter os documentos ou provas do que foi dito, é fundamental que tais provas sejam validadas, conferidas individual e coletivamente, pois uma mentira depende sempre de algum elemento de verdade, e atribuir a um conjunto de “provas” adulteradas para dar-lhes a aparência de serem verdadeiras, é meio eficaz para enganar o outro e, com isso, confirmar os argumentos; é o que o comunista, socialista, mentiroso contumaz faz com perfeição desde sempre.

2. TÉCNICA DA TRIPLA COERÊNCIA

A técnica da Tripla Coerência funciona assim: antes de acreditar em qualquer notícia ou “verdade” que jogam na sua frente, você não reage com emoção, reage com exame, conferindo diligentemente três elementos. Você olha para três coisas ao mesmo tempo: se a i) história possui uma lógica interna, se ela ii) combina com o contexto e iii) quem se beneficia se você acreditar nela.

Primeiro vem a lógica. Quando você ouve uma afirmação forte, do tipo “todo mundo pensa assim” ou “o mundo vai acabar se não fizermos isso”, ou, ainda, “fulano é um monstro”, você pergunta, em silêncio: essa história fecha? Os números fazem sentido? Há alguma contradição? Para isso ser verdade, eu teria de acreditar em quantas coincidências improváveis ao mesmo tempo?

Porém, você também deve entender de figura de linguagem. Existe a hipérbole, muito utilizada pelos retóricos para dar ênfase em determinados elementos de seu discurso. Esta é uma técnica muito usual e importante, pois ajuda a convencer o interlocutor de seus argumentos. É técnica salutar, mas só a compreenderá quem tiver o mínimo de conhecimento básico sobre tipos de discurso e figuras de linguagem. Exceto isto, as demais regras desta técnica da tripla coerência, seguem valendo.

Se um colega de trabalho diz que “todo mundo no serviço te odeia”, mas você vê gente que conversa normalmente com você, ninguém nunca falou isso na sua frente, nenhum indício aparece, então a frase não é um fato, é drama ou engodo.

O mesmo vale para a mídia: se dizem que algo é extremamente perigoso, mas, na prática, quem fala não muda nada na própria vida, a narrativa não bate com a lógica. Quando a emoção é muito exagerada e a explicação é muito pobre, a chance de manipulação é alta. Isto requer atenção.

Depois entra o contexto. Você pergunta se aquela história combina com o que você já sabe do mundo real, do passado das pessoas envolvidas e do momento em que aquilo aparece. Um político mentiroso há décadas não vira santo sincero de um dia para o outro só porque fez um discurso bonito; uma instituição frouxa não vira, magicamente, ultrarrigorosa sem um bom motivo.

Uma jornalista, que até outro dia aplaudia os desmandos, abusos de autoridade e injustiça do juiz iníquo e corrupto, mas agora expõe esse mesmo juiz, naturalmente há de se perguntar o que está por trás de tal mudança. Ora, até ontem aplaudia o encarceramento de inocentes, as condenações injustas de gente incapaz de cometer crimes de golpe de Estado, mas agora tece comentários contra o mesmo ministro que as condenou? O que mudou internamente? A quem interessa esse discurso?

Um mentiroso que diz que você voltará a comer picanha, a tomar cervejinha, que havia 30 milhões de crianças abandonadas nas ruas e que, se eleito, em 2026, tirará o povo da miséria, é o mais profundo exemplo da mentira encarnada. Dá para acreditar num indivíduo que desde 2002, estando com os meios de poder nas mãos, nada fez para cumprir tais promessas? Sim, há inocentes, ignorantes ou corruptos que “acreditam”.

Além do histórico, você olha o timing: por que essa notícia surgiu justamente agora? Foi perto de uma eleição, de um escândalo, de uma votação importante? Serve para desviar atenção, justificar uma lei nova, atacar alguém específico? Quando uma história aparece na hora perfeita para salvar ou destruir alguém, você não precisa negar tudo, mas precisa colocar um ponto de interrogação extra: pode ser verdade misturada com teatro?

Por fim, vem o interesse. Aqui você faz a pergunta que os serviços de inteligência fazem: se eu engolir essa história, quem ganha com isso? Pode ser que o governo ganhe mais controle, que uma empresa ganhe mais dinheiro, que um grupo ganhe poder para calar todos os outros. Quem quer derrubar o ministro? Da noite para o dia, a emissora que sempre favoreceu o banditismo, agora vem contra o bandido?

Pode ser que a narrativa sirva para transformar qualquer crítico em “inimigo do povo”, “negacionista”, “extremista”, “nazista”, “fascista”, justamente para que ninguém ouse questionar. Bebeu um copo de leite em uma live de quinta-feira, então é tachado de “nazista”.

Quando uma mensagem não só informa, mas tenta definir quem é “do bem” e quem é “do mal” com base em concordar ou não com ela, ela está tentando controlar seu comportamento, não apenas iluminar sua inteligência.

Uma boa informação te deixa mais capaz de pensar; uma informação interesseira tenta te colocar num time e desligar sua análise.

Usar a Tripla Coerência no dia a dia é isso, é ouvir uma afirmação e, quase como um reflexo, perguntar se a história fecha na lógica, se combina com o contexto e a quem interessa que você acredite nela. Se ela passa bem pelos três testes, pode ser considerada provável, se não for somente hipérbole.

Se falha em um ou mais pontos, você não precisa gritar que é mentira, mas pode dizer com tranquilidade: “por enquanto, não há base suficiente para eu acreditar nisso”. É assim que você deixa de ser plateia da mentira e começa a agir como investigador da verdade. Combine esta técnica com a anterior.

Mas, antes de concluir, digo que aquela velha emissora, que sempre defendeu ditadores e sempre deturpou a verdade, não merecendo nenhuma espécie de credibilidade, deve ser rejeitada de plano, pelo menos até provar o contrário.

3. TÉCNICA DA VERIFICAÇÃO CRUZADA HOSTIL

A Técnica da Verificação Cruzada Hostil é, basicamente, aprender a não acreditar em eco. Eco é quando muita gente repete a mesma coisa, do mesmo jeito, e você tem a impressão de que “todo mundo concorda”. Em vez de se impressionar com isso, você passa a perguntar: “Quem está repetindo? Quem discorda? E o que sobra de fato quando eu comparo os dois lados?”.

Funciona assim: toda informação importante nasce dentro de um “circuito de fontes”, governo, grandes jornais, organizações internacionais, ONGs, acadêmicos, influenciadores, opositores, analistas independentes, documentos oficiais. Cada grupo conta a história de um jeito, destacando o que lhe interessa e escondendo o que atrapalha mas, por incrível que pareça, todos estão alinhados tanto ideologicamente quanto financeiramente.

A Verificação Cruzada Hostil consiste em primeiro, reconhecer esses grupos e, depois, confrontar o que eles dizem entre si, principalmente quando eles não se gostam. O mestre Olavo de Carvalho, por diversos artigos e aulas já expôs como isso funciona. Indico as obras do mestre para ajudar nessa busca da verdade.

Em vez de consumir só um tipo de fonte, você compara fontes que pensam diferente ou até se odeiam politicamente. Você pega, por exemplo, uma notícia de um grande jornal aliado ao governo, depois vê o que um crítico duro desse governo está dizendo sobre o mesmo fato, e, quando possível, vai à fonte “dura”: lei, decisão judicial, estatística bruta, relatório original.

A pergunta não é “quem eu gosto mais?”, mas, “O que é que eles são obrigados a admitir em comum, mesmo discordando ideologicamente?”. Esse ponto em comum, um número, uma data, um trecho literal de fala, um evento que ambos reconhecem, costuma ser muito mais confiável do que a narrativa colorida de cada lado.

Outra parte da técnica é desconfiar do “efeito coro” entre fontes aparentemente diferentes, mas que, na prática, bebem da mesma torneira. Um exemplo é a velha tática do “Teatro das Tesouras”, onde um se dizia “di direita” e o outro de esquerda, mas no fundo eram entrelaçado e aptos a realizar os atos corruptos e corruptores de sempre. Só engodo.

Afinal, quem não se lembra do Alckmin falando do Molusco sobre “a volta ao local do crime”, e que agora é vice do indivíduo Molusco?

Você vê a mesma frase, com as mesmas palavras, repetida em canais diferentes: telejornal, portal, comentarista, influenciador “independente” que, curiosamente, repete a mesma linha. Isso muitas vezes não é confirmação, é só amplificação. Claro que todos são alimentados por créditos financiados pelo Estado, como a tal “Rouanet”.

A Verificação Cruzada Hostil manda fazer o movimento contrário: sair da bolha. Procurar quem está batendo nessa narrativa, ver se ele apresenta dados que o outro lado não mostra, e conferir se aquilo está apoiado em documento, número, gravação, texto legal.

Em termos práticos, você faz três movimentos. Primeiro, identifica de onde a notícia está vindo: é governo, grande mídia, ONG militante, professor engajado, relatório de organização internacional? Segundo, procura uma leitura crítica do mesmo fato feita por gente que não está no mesmo time: um opositor, um analista não alinhados, um veículo estrangeiro sem o mesmo interesse, ou pelo menos um jornalista sério, historicamente racional e não emocionado ou financiado pelo regime. Terceiro, tenta chegar, na medida do possível, ao dado “nu”: a letra da lei, o acórdão, o relatório completo, a série de dados original (e não o gráfico recortado para assustar o leigo).

Quando você faz isso com calma, raciocinando com serenidade, percebe que a espuma ideológica muda, mas algumas coisas permanecem: datas, valores, trechos literais, declarações gravadas, texto de lei, parágrafo de sentença, denúncias, informações reais, pois isto são fatos, e fatos são fatos.

A técnica manda ancorar-se nesses pontos sólidos (fatos) e tratar o resto, adjetivos, dramatização, interpretações morais, como opinião, não como fato. O verdadeiro jornalista interpreta fatos e expõe ao leigo, mas nunca, jamais, deturpa a verdade. Aí muita gente se perde, confundindo opinião com fatos e fatos são reais, opiniões são subjetivas.

Por fim, há um alerta importante, a Verificação Cruzada Hostil não é sair colecionando versões para ficar confuso; é justamente o contrário, é você usar as divergências para encontrar o que resiste ao atrito entre fontes que não se suportam.

Se uma “verdade” só sobrevive dentro do círculo de quem pensa igual, e morre na primeira comparação com dados ou com opositores bem-informados, a chance de ser manipulação é alta. Isso é feito com perfeição pelos comunistas, socialistas e asseclas.

Se, ao contrário, mesmo quem discorda é forçado a admitir o mesmo núcleo de fatos, é nesse núcleo que você se apoia. Essa é a lógica da técnica: sair do conforto do coro, do lugar comum, da narrativa posta para as massa e ir ao confronto das versões e extrair, do choque, a parte que não depende de torcida, que não cultiva a emoção.

No YouTube, publiquei um vídeo que trata justamente disso, da manipulação da mídia sobre o comum, e essa manipulação passa pela deformação da linguagem, pela rotulação do perseguido e pelo cultivo das emoções. Isso funciona muito bem.

CONCLUSÃO

Se mentir é próprio do homem, fazer da mentira um sistema de poder é próprio de canalha. A mentira deixou de ser apenas um vício pessoal, o oitavo mandamento da Lei de Deus, para se tornar método de governo, técnica de guerra cultural, negócio bilionário de marketing e estratégia de sobrevivência para organizações que precisam manter o povo dopado para continuar mandando e enriquecendo.

O ônus probatório nos lembra que quem fala tem a obrigação de provar; sem prova séria, verificável e validada, o mais “respeitável” discurso não passa de propaganda. A técnica da Tripla Coerência exige que toda narrativa seja testada na lógica, no contexto e no interesse, pois se a história não fecha, não combina com o histórico e beneficia descaradamente quem a conta, merece ser tratada como suspeita, não como dogma.

Já a Verificação Cruzada Hostil obriga o leitor a sair do coral dos repetidores, comparar versões inimigas, buscar o dado nu, qual seja a lei, número, documento, e separar o fato bruto da espuma ideológica.

No fundo, o que está em jogo não é apenas “não ser enganado”, mas não se tornar cúmplice da mentira que destrói almas, famílias, instituições e nações inteiras. Em um mundo em que comunistas, socialistas e seus asseclas dominam com perfeição a arte da manipulação, técnica muito bem aperfeiçoada pelos comunistas russos, o cidadão comum que não aprende a exigir prova, testar coerência e cruzar versões está condenado a ser massa de manobra agradecida. Se a cervejinha e a picanha estiverem sobre a mesa, então tudo estará bem, diz o alienado.

A desinformação continua sendo o método de sobrevivência deles; enganar o mais pobre e dar-lhe benefícios sociais, para mantê-los presos tem se mostrado um caminho eficaz para governos populistas. A busca obstinada da verdade, usando essas técnicas, passa a ser o nosso método de sobrevivência. Ou aprendemos a pensar assim, com rigor, desconfiança bem informada e humildade diante dos fatos, ou seguiremos financiando, com o nosso voto, o nosso dinheiro, a nossa energia e a nossa credulidade, exatamente aqueles que vivem de mentir contra nós mesmos. Tal como a Rússia Comunista, tudo no Brasil é mentira e engodo.


[1] No Brasil: “Desinformação: ex-chefe de espionagem revela estratégias secretas para solapar al iberdae, atacar a reglião e promover o terrorismo.” (PACEPA, Ion Mihai e; RYCHLAK, Ronald J. Campinas: Vide Editorial, 2015.